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Crânio de indígena que viveu há mil anos em MT será reconstruído em 3D


Réplica de crânio de indígena será exposta ao público (Foto: Gleber Nelson Marques/ Arquivo pessoal)

Indígena pertencia a etnia Xarayes e teria vivido na região de Descalvados, em Cáceres, no século 10. Local onde crânio foi encontrado era usado como cemitério por índios.

O crânio de um índio da etnia Xarayes, que teria vivido na região da Fazenda Descalvados, em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, há mil anos, durante o século 10, será reconstruído pelo designer Cícero Moraes, em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat).

O rosto finalizado será apresentado durante o evento “Escola Regional de Informática – Mato Grosso”, que deve acontecer entre os dias 27 e 29 no campus da Unemat, em Cáceres.

Além disso, uma versão impressa em 3D e pintada pela artista plástica Mari Bueno ficará exposta ao público, a partir do ano que vem.


Crânio foi encontrado por pesquisadores em 2011 na Fazenda Descalvados, em Cáceres (Foto: Gleber Nelson Marques/ Arquivo pessoal)

Segundo o professor de computação da Unemat, Gleber Nelson Marques, trabalhos como esse possibilitam a preservação de descobertas arqueológicas.

Ao mesmo tempo em que o crânio original ficará guardado em um ambiente onde não será afetado por mudanças climáticas, a réplica poderá ser visitada pela população.

Cícero estuda a técnica de reconstrução forense desde 2011 e já participou de projetos em outros países, como México, Peru e França.

“Reconstruí o rosto de São Valentin, em junho, de uma líder da elite peruana e uma vítima do vulcão Vesúvio. No Brasil, reconstruí o rosto de um indígena de dois mil anos e de dois homens de Lagoa Santa, em Minas Gerais”, contou.

Para o trabalho, é necessário o crânio para que seja possível realizar a projeção. Através da computação gráfica e cálculos precisos, Cícero consegue descobrir, por exemplo, a proporção da distância entre o nariz e a boca.

Ele compara o trabalho dele ao de um pedreiro que precisa preparar o solo e calcular quantos pisos serão necessário para cobrir uma areá determinada.

“No meu caso, eu coloco marcadores digitais ao longo do crânio, aproximadamente 30. Assim tenho ideia sobre a espessura do músculo e da pele da pessoa. Em seguida, fazemos a projeção dos lábios, nariz e orelha”, explicou.


Para descobrir a espessura do nariz, o designer faz uma projeção inferior e superior do crânio (Foto: Gleber Nelson Marques/ Arquivo pessoal)

Para descobrir a espessura do nariz, o designer faz uma projeção inferior e superior do crânio. O mesmo trabalho de projeção, partindo do globo ocular, é feito para descobrir se os lábios eram grossos ou finos.

O crânio foi encontrado sem a parte da mandíbula do índio, que também foi reconstruída pelo designer.

Cícero explicou que, durante a reconstrução forense de um crime, a face é feita sem cor, porque para adicionar detalhes, como a cor da pele e do cabelo, seria possível ter acesso ao DNA da pessoa, mas, de acordo com ele, esse tipo de serviço é caro.

“Por conta disso, fazemos uma pintura digital baseada na nossa paleta de cores. Pegamos uma média de como seria o cabelo, por exemplo”, disse.

De acordo com o designer, durante os trabalhos de projeção e pesquisa, constatou-se que o indígena possuía traços asiáticos.

Cícero contou que em média demora duas semanas para fazer a reconstrução forense, porém, como o trabalho exigia auxílio histórico e de pesquisadores, o designer demorou em torno de dois meses para concluir o busto.

Sítio cemitério

O arqueólogo Luciano Pereira explicou que o local onde o crânio foi encontrado era um cemitério indígena. O objeto foi encontrado junto a peças de cerâmica, em novembro de 2011, no Sítio Arqueológico Índio Grande, a 150 km de Cáceres.

“É um local conhecido desde a década de 90. O sítio arqueológico fica às margens do rio Paraguai, devido a sedimentação das margens, as paredes do barranco vão caindo e os objetos aparecendo”, disse Luciano.

Junto ao crânio foram encontrados vasilhames de cerâmica, que, de acordo com Luciano, eram usados em práticas culturais relacionadas à morte.

“Etnias como a Bairi, que, apesar de não ter relação com a tradição Descalvados, enterravam crianças com vasilhames de mingau. Durante as práticas, mulheres eram enterradas com uma tigela sobre o crânio, talvez para que o espírito permanecesse ali”, explicou.

Em 2012, pesquisas foram realizadas no Sítio Arqueológico Índio Grande e constaram que, além da área ser um cemitério, havia grande incidência de mulheres e crianças enterradas no local.

No sítio, foram encontrados adornos, objetos de cerâmica, restos de fauna e ossos de animais, que, de acordo com o arqueólogo, indicam a presença de diferentes rituais funerários.

Uma análise feita nos ossos encontrados no local demonstram sinais de anemia, bico de papagaio e stress. Luciano explicou que podem ter sido causados pelos grandes deslocamento dos índios em busca de água, devido à seca que atinge o Pantanal de tempos em tempos.

A etnia Xarayes faz parte de um grupo conhecido pela arqueologia brasileira como tradição Descalvados, que englobam padrões semelhantes e relacionados a povos distintos.

Luciano contou que a etnia ficou conhecida por estabelecer contato direto com espanhóis durante o século 16. De acordo com ele, o grupo subia o Rio Paraguai constantemente.

Não existem mais remanescentes dessa etnia. Uma das possibilidades é que os índios Xarayes tenham se agrupado a índios de etnia Guató e Chiquetano.

“No século 16 o que se falava sobre eles é que eram muito numerosos e de repente desapareceram, esses povos são muito afetados pelo contato”, contou.

De acordo com ele, a etnia possuía aldeias e populações grandes, com forte organização social. Os vasilhames de cerâmica eram usados para armazenas grãos e os índios Xarayes eram agricultores.

FONTE: G1.COM



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